21.11.08

O hipermercado, avisa a rapariga dos embrulhos de voz anasalada, encerra daqui a menos de nada. Porque os hipermercados também dormem.
É doce.
Quatro filmes na carteira e sentir-me, assim, à beira de um final qualquer. Como se o mundo terminasse depois de amanhã (às 21 em ponto vamos todos morrer, adianta a rapariga dos embrulhos.
As pessoas e os condicionalismos. Quem dera estar só num lugar de inifinita compaixão. Maior que o mundo. Maior que a fé).

É como se na solidão de um quase silêncio prestes a assomar estivesse a certeza do reencontro como o nada.
22 horas:
Observo a tua congestão de raízes. De seguida, aplaudo fervorosamente a embolia de lugares-comuns. Por último, engasgas-te de morte com o medo da diferença. Quando o teu coração parar, saberás que a tua hora chegou. Mesmo assim, aflige-te de morte que os teus sapatos Prada estejam a nadar em vómito. É que, na hora da morte, vomitaste 80 por cento do cérebro - geralmente ocupado por asco e futilidades. Nunca soubeste o nome das canções. Nunca leste um livro. Nunca respeitaste a alma dos poetas. Sorris e eu pergunto, antes de partir, "why then are you so surprised when you hear your own eulogy?"

Eu sei. Nunca ouviste a canção.

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