25.8.08

A fotografia de Pedro Afonso

Para experimentar aqui.

9.8.08

O meu fígado a palpitar debaixo da pele e um travo a ódio a querer vomitar-me da boca.
De noite há os sons de campainhas amorosas, mas o dia, esse, acaba por raiar invariavelmente, com o choro das crianças do vizinho de baixo ou com a voz fininha da vizinha anafada do primeiro andar, que pragueja enquanto crucifica a roupa no estendal, dia sim dia não.

Mil duzentas e quarenta e três vidas a descoberto. Conteia-as outro dia. Por ti.

Tenho constatado, nas entrelinhas da minha biografia, a presença feroz de uma espécie de "mão invisível" que comanda a vida.
O meu momento de duração. Falei-te, uma vez, do Peter Handke. O "Poema à Duração" desapareceu, engolido por um portal para outra dimensão, em pleno elevador.

Talvez não haja, de facto, por que recear.
É só uma bola.