28.12.08

Teu corpo é sombra escura
de teus versos
tão longe meu desejo
feito espera desesperada

Faz-me estrela
teu poema assombrado.

Três horas em Londres

19.12.08

Respiro o teu corpo

Respiro o teu corpo: sabe a lua-de-água ao amanhecer,
sabe a cal molhada, sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

Eugénio de Andrade

16.12.08

Miedo. De ti. Quererte
es el más alto riesgo.
Múltiples, tú y tu vida.
Te tengo, a la de hoy
ya la conozco, entro
por laberintos, fáciles
gracias a ti, a tu mano.
Y míos, ahora, sí.
Pero tú eres
tu propio más allá,
como la luz y el mundo:
días, noches, estíos,
inviernos sucediéndose.
Fatalmente, te mudas
sin dejar de ser tú,
en tu propia mudanza,
con la fidelidad
constante del cambiar.

(Pedro Salinas, La voz a ti debida)

7.12.08

Discos da minha vida - V





Air, Moon Safari(1998)
Teu gosto é
meu peito em estrondosa alvorada.

5.12.08

Aquilo Teatro estreia "As orelhas do compadre"




O Aquilo Teatro vai estrear uma nova produção - “As Orelhas do Compadre”, com dramaturgia e encenação de Paulo Miranda -, pelas 21h30, no auditório da Câmara da Guarda, nos dias 15, 16 e 17 de Dezembro. O texto é uma adaptação do conto tradicional português “As Orelhas do Abade”.
Trata-se da história de uma família (pai, mãe e filha) e do seu amigo compadre.
Almerinda, mulher cheia de superstições, refilona e fogosa apercebe-se através de uma história de amor da mitologia grega (Dido e Eneias) que há muito tempo o seu casamento perdeu a chama da paixão. É quando, para escutar o seu coração e os seus desejos, começa a infernizar a vida do seu marido e a dar mais atenção ao seu amigo compadre. Entre uma caçada de perdizes, enganos, desavenças, traição e muita paródia, alguém há-de ficar sem as orelhas…
Trata-se de uma comédia onde as personagens se expressam livremente esbarrando nos códigos de conduta, onde existe um eficiente jogo dramático em torno dos conceitos de aparência e realidade, onde se denota uma manifestação crítica sobre as relações inter e intrapessoais.
Os actores desta peça são provenientes do atelier de Expressão Dramática, sendo uma forma de promover novos talentos, indo de encontro a um dos aspectos primordiais na acção do “Aquilo”: a formação.

Texto:
Adaptação do conto popular português “As orelhas do Abade” (São Miguel, Açores)
Dramaturgia e Encenação: Paulo Miranda

Personagens / Actores:
Almerinda / Anabela Chagas
Zé / Filipe Ruas
Compadre / Carlos Morgado
Filha / Maria Miguel Figueiredo

Concepção de Cenário e Adereços: Paulo Miranda
Concepção de Figurinos: Anabela Teixeira
Construção de Cenário, Figurinos e Adereços: Anabela Teixeira, Irene Prata e Paulo Miranda
Imagem do Cartaz: Kim Prisu
Desenho de luz, montagem e operação de luz: Luís Andrade
Produção Executiva: Anabela Teixeira
Produção: Aquilo Teatro
Apoio: Câmara Municipal da Guarda, ADM Estrela, Instituto Português da Juventude e Junta de Freguesia de São Vicente
Agradecimentos: Elisabeth Carvalho, Elisabete Fernandes, João Manso, Rosa Ramos e Teresa Oliveira.

15, 16 e 17 de Dezembro de 2008
Auditório da Câmara Municipal da Guarda
21h30
M/ 6 anos
Preço Bilhete: € 2,00


Para mais informações e reservas:Aquilo Teatro
Apartado 134
Largo do Torreão s./n.º
6300 Guarda
Tel./Fax: 271222499
Telemóvel: 962550825
www.aquiloteatro.wordpress.com

Origem dos sonhos esquecidos *


Entre a bicicleta e a laranja
vai a distância de uma camisa branca

Entre o pássaro e a bandeira
vai a distância dum relógio solar

Entre a janela e o canto do lobo
vai a distância dum lago desesperado

Entre mim e a bola de bilhar
vai a distância dum sexo fulgurante

Qualquer pedaço de floresta ou tempestade
pode ser a distância
entre os teus braços fechados em si mesmos
e a noite encontrada para além do grito das panteras

qualquer grito de pantera
pode ser a distância
entre os teus passos
e o caminho em que eles se desfazem lentamente

Qualquer caminho
pode ser a distância
entre tu e eu

Qualquer distância
entre tu e eu
é a única e magnífica existência
do nosso amor que se devora sorrindo


* - Mário Henrique Leiria (1923 - 1980)


Mário Henrique Leiria (poeta, pintor) nasceu em Lisboa em 1923. Frequentou por pouco tempo a Escola de Belas Artes. Entre 1949 e 1951 participou nas actividades da movimentação surrealista em Portugal. Teve vários empregos: marinha mercante, caixeiro de praça, operário metalúrgico, construção civil. Viajou. Em 1961 foi para a América Latina onde desenvolveu várias actividades, entre as quais a de encenador de teatro e de director literário de uma editora. Voltou nove anos depois. Colaborou em várias revistas e jornais nacionais.
Obras principais: A Afixação Proibida (manifesto surrealista de vários autores), 1949; Contos do Gin Tonic, 1973; Novos Contos do Gin, 1978; Imagem Devolvida, 1974.
Condão sem música, esta doçura que me faz dançar no teu corpo.
Desejo.

Amália, o filme




Uma história apaixonante.

4.12.08

Teu gosto é
mil ases de espadas a saltar de um baralho encarnado.
19 em ponto na estação de metro do meu coração. Vejo-te do outro lado do mundo.
Do outro lado da fé.

1.12.08

Massive Attack - Protection

Se fôssemos uma canção. No meio da neblina.

Alan Ball is my god and "Six Feet Under" my religion

A propósito de Alan Ball, impõe-se recordar "Sete Palmos de Terra". Foi, sem dúvida, a minha série de culto.
Os seis minutos finais da quinta (e última) temporada:


Alan Ball de regresso


Alan Ball, criador da consagrada série "Sete Palmos de Terra", está de regresso. A nova série Chama-se "True Blood", está a ser exibida nos EUA pela HBO e deve chegar ao canal MOV (TV Cabo) ainda antes do final do ano.

Ball, autor de culto em Portugal, regressa com uma história em que os dentes afiados dos vampiros estão, por assim dizer, domados: uma espécie de sangue sintético possibilita à raça vampírica uma vida normal e Ball apresenta uma sociedade onde vampiros ocupam até cargos institucionais importantes.

A trama, baseada na colecção de livros de terror "Southern Vampires", de Charlaine Harris, também tem, claro, uma história de amor e de crimes. E uma empregada de mesa que lê a mente das pessoas.