12.11.04

A destruição invisível aos meus olhos, segurando duas chamas de inutilidade. Como aquelas velas vermelhas de cemitério, que ficam a velar os mortos, na véspera dos enterros. Antes, gostava muito de enterros, porque as pessoas choravam e eu gostava de inspirar tanta vulnerabilidade. À medida que nos vamos fazendo gente, a carne apodrece, também. E envergamos as velas vermelhas como se fossem duas chamas Olímpicas, de harmonia entre as ilhas vulcânicas em que nos tornámos. Porque todo homem é uma ilha, afinal.

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